artista multimídia
Artista trans além do binário, afroindígena, Copioba constrói sua trajetória a partir da resistência e da invenção de possibilidades. Atriz, roteirista, colagista, montador, editor e produtor, desenvolve uma prática multifacetada guiada pela busca constante de aprendizado e aprimoramento. Sua produção emerge como um gesto de fuga e de reexistência frente às políticas violentas — simbólicas e materiais — que incidem sobre corpos dissidentes.
Suas pesquisas integra, ainda, um imaginário profundamente atravessado pela cultura geek: universos de games, referências de cultura pop, erotismo e narrativas presentes em manhwas tornam-se componentes simbólicos que tensionam e expandem seus experimentos visuais. Esses repertórios operam como motores de fabulação, ampliando as camadas ficcionais e futuristas de sua obra.
Artista visual com formação em Performance, Audiovisual e Teatro pela Universidade Federal da Bahia, iniciou sua trajetória artística em 2011, atuando e produzindo espetáculos teatrais. Entre 2015 e 2017, integrou a equipe da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA), participando dos processos de seleção e acompanhamento de propostas nos editais, desde as inscrições até a prestação de contas.
Nos anos de 2017 e 2018, trabalhou no Programa Corra pro Abraço, projeto voltado à educação, comunicação e redução de danos para jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica nas periferias de Salvador. Nessa experiência, atuou como educomunicadore, com destaque para a curadoria e organização de mostras expositivas vinculadas ao programa.
Desde 2018, desenvolve pesquisa em colagem digital, explorando o afroindigenafuturismo e a representação de corpos dissidentes em contextos fantásticos. Seu interesse por estéticas pop e por arquiteturas visuais oriundas dos games e das histórias seriadas orientais — especialmente manhwas — atravessa a elaboração de mundos que oscilam entre o onírico, o erótico e o tecnológico. Em 2024, foi selecionade para integrar a publicação chinesa Sandu Publishing — Art in Africa: Afrofuturism in Modern Collage Art and Illustration. Também participou das exposições Ações Inscritas, Histórias Reescritas (Diáspora Galeria) e Transjardinajem (Museu Muthá).
Em 2019, cofundou a Disgrama Filmes, produtora audiovisual independente com a qual tem participado de festivais e conquistado diversos reconhecimentos. No curta-metragem Reagente — obra que roteirizou, dirigiu, montou e protagonizou — recebeu o prêmio de Melhor Ator no Festival CinePE, consolidando sua multiplicidade como artista.
Em 2023, Copioba lançou de forma também independente a Copioba Filmes e vem se debruçando em produções alinhadas à sua linha de pesquisa, como o filme mais recente, Revinda, que traz protagonismo travesti à tela e reafirma sua prática como gesto político, estético e fabulatória.

